A maioria de nós, em algum
momento caçoou de alguém com o andar cambaleante perambulando pelas ruas. Essa pessoa pode estar sendo acometida por
alguma disfunção neurológica. Fato que por si só, condena o portador a inúmeros
problemas, não só de ordem física, mas psicológica. O objetivo desse post não é dar lição de
moral, mas alertar os desinformados e convidá-los a fazer uma reflexão.
Ataxia,
de acordo com o Dicionário Aurélio,
significa "Incapacidade de coordenar os movimentos musculares
voluntários e que pode fazer parte do quadro clínico de numerosas doenças do sistema nervoso".
Esse sintoma também da origem a uma série de distúrbios de origem hereditária,
que podem ser dominantes ou recessivas. Apenas entre as dominantes (SCAs -
sigla de Spinocerebellar Ataxias, em inglês), são mais de 27 tipos descritos e
identificados geneticamente.
Todas elas se caracterizam pela perda progressiva de coordenação
motora, que geralmente começa nos membros inferiores, tirando o senso de
direção do paciente, tornando sua marcha cambaleante e vacilante, semelhante a
de um bêbado. O olhar critico das pessoas constrange ao ponto de o doente
evitar freqüentar lugares públicos, a fim de não se expor a esse julgamento.
Retirei
um trecho do Manual de Ataxias, do site da AAPPAD, em que um portador descreve
o sentimento dos doentes: "Nós portadores desta alteração genética,
tornamo-nos introspectivos, ranzinzas e não amistosos, em resumo, envelhecemos
no comportamento. Mas, o que mais nos desmorona emocionalmente é tomarmos a
consciência de que somos transmissores desta condição para os nossos descendentes".
Não
tenho filhos e não pretendo tê-los. Consolidando tudo o que foi escrito, o
doente esta sujeito a dificuldades suficientes, trata-se de uma doença crônica,
degenerativa e progressiva. Vamos nos despir de todo e qualquer preconceito e
tentar facilitar a vida dessas pessoas?
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